Quando tudo aparentemente estava bem, calmo, tranquilo,
demasiado sereno até, eis que surge algo que me rouba a paz, a quietude, o
sossego.
Andava ansiosa por encontrar um tipo de emoção capaz de me
fazer sentir viva, com o sangue a bombar em toda a sua vitalidade dentro de
cada veia do meu corpo. Tanto pedi que tudo apareceu de uma forma desastrada,
inconsequente, agitada e assustadora.
Veio de mansinho, roubando-me um sorriso, aos poucos foi-se
transformando em incontáveis e desarmantes gargalhadas, em muitos olhares, numa
grande e intensa sensação de aperto na barriga, sensações já esquecidas e tão
ansiadas.
Para mim continua a ser um grande mistério esta história das
químicas, atrações e coisas do coração. Esta questão das ligações sempre me fez
confusão o porquê de se achar “piada” a “A” em vez do “C”, regra geral “escolho”
sempre mal. È verdade tenho medo das minhas próprias escolhas, não confio
nelas, è certo que isso é desconfiar de mim própria e faço-o conscientemente.
O receio apoderou-se de mim, do meu sistema nervoso, da
minha alma, da minha pele, do meu coração deixei de ser eu própria, e isso
nunca me aconteceu, mau presságio por sinal.
Talvez tudo tenha servido para me mostrar que ainda tenho
uma longa caminhada para percorrer antes de encontrar o grande e verdadeiro
amor.
Volto a usar as frases tão habituais em mim “que se lixem as químicas”,
“estava muito bem como estava”.