segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Onde estás tu agora?

Crias-me um nó na garganta, que se prolonga para o peito, criando uma espécie de formigueiro na barriga, fazes-me ruborescer, introduzindo em mim uma estranha sensação eletrizante, e mal te conheço.

Posso, até contar pelos dedos de uma mão, as vezes que te vi ao vivo e a cores, na tua magnitude, e ao mesmo tempo com uma simplicidade majestosa.

É esse teu elixir que me encanta, julgo eu, na verdade não sei bem o que me atrai em ti, mexes comigo e pronto. È este enigma que faz de nós seres humanos, uma espécie estranha.

Mal te conheço, posso até mesmo afirmar que não te conheço de todo, e no entanto, não me sais do pensamento.

Apareceste-me tão inesperadamente, que nem te apercebeste da tua força no meu ser.

Vieste despertar em mim uma sede de vida, que não me recordava que poderia existir. Colocava até a hipótese de tal facto já não ser possível de todo, e tu vieste-me provar o contrário.

Apareceste, desapareceste, mesmo sem teres aparecido, voltaste a aparecer e da forma mais encantadora, como só os cavalheiros sabem fazer. E eis que quando menos esperava voltaste a desaparecer, tão subitamente, tão repentinamente, de uma forma tão inesperada que quase me quebrou.

É essa forma de estar, de viver, de sentir, tão indecifrável, que me inquieta.
Por onde tens andado?

O que tens visto?

O que tens sonhado?

Onde estás tu agora?

Perco-me ao procurar-te, desvio as atenções das minhas prioridades, dos meus objetivos, daquilo que me faz ser quem sou, e para quê? Apenas para te procurar a ti, que mesmo procurando e procurando nunca te encontro.