segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Onde estás tu agora?

Crias-me um nó na garganta, que se prolonga para o peito, criando uma espécie de formigueiro na barriga, fazes-me ruborescer, introduzindo em mim uma estranha sensação eletrizante, e mal te conheço.

Posso, até contar pelos dedos de uma mão, as vezes que te vi ao vivo e a cores, na tua magnitude, e ao mesmo tempo com uma simplicidade majestosa.

É esse teu elixir que me encanta, julgo eu, na verdade não sei bem o que me atrai em ti, mexes comigo e pronto. È este enigma que faz de nós seres humanos, uma espécie estranha.

Mal te conheço, posso até mesmo afirmar que não te conheço de todo, e no entanto, não me sais do pensamento.

Apareceste-me tão inesperadamente, que nem te apercebeste da tua força no meu ser.

Vieste despertar em mim uma sede de vida, que não me recordava que poderia existir. Colocava até a hipótese de tal facto já não ser possível de todo, e tu vieste-me provar o contrário.

Apareceste, desapareceste, mesmo sem teres aparecido, voltaste a aparecer e da forma mais encantadora, como só os cavalheiros sabem fazer. E eis que quando menos esperava voltaste a desaparecer, tão subitamente, tão repentinamente, de uma forma tão inesperada que quase me quebrou.

É essa forma de estar, de viver, de sentir, tão indecifrável, que me inquieta.
Por onde tens andado?

O que tens visto?

O que tens sonhado?

Onde estás tu agora?

Perco-me ao procurar-te, desvio as atenções das minhas prioridades, dos meus objetivos, daquilo que me faz ser quem sou, e para quê? Apenas para te procurar a ti, que mesmo procurando e procurando nunca te encontro.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Já lá vão 5kg


Depois de muitas tentativas falhadas, eis que algo mudou na minha vida. Perdi 5 kg, já estou de regresso aos 60kg, algo que nunca pensei possível, mas afinal quando queremos muito algo, conseguimos. Claro para que tal aconteça também temos de fazer alguma coisinha, o tempo dos milagres já era.
Depois de muita espera para acordar um dia, olhar ao espelho e ver que durante a noite todos os excedentes tinham desaparecido, desde a celulite, os pneus o duplo queixo e por aí fora, entendi que nada iria mudar se não fizesse um tratamento de choque.
Confesso que iniciei o processo um bocado às escuras e até com alguns receios, mas não é que tem funcionado, um autêntico milagre.
Ora vamos lá apontar para não me esquecer nunca da fórmula.
- Todo o processo é acompanhado por uma nutricionista/ dietista, o que ajuda bastante, pois como um sargento não nos deixa prevaricar. O seu olhar é feroz, sempre com aquele arzinho de “não vê como é fácil esta alimentação, não quer eliminar esses excessos horríveis”, o sentimento de culpa invade-nos e a força ganha uma enorme dimensão;
- Na primeira fase iniciamos com o detox, ou seja 3 dias em que devemos comer apenas fruta e legumes, claro tudo acompanhado de um drenante e vários suplementos, para conseguirmos aguentar. Confesso que não achei assim tão complicado quanto o que me pareceu inicialmente.
- Depois podemos comer carne branca e peixe, acompanhado de legumes, mas sem fruta, ao longo de 1 semana. Tudo o que sejam hidratos de carbono são retirados.
Nesta fase perdi 1,800kg.
De seguida vamos introduzindo novos legumes e alguma fruta: laranjas, maças, kiwis ou ameixas.
Até que chega a vez da sopinha, mas feita apenas com a base de curgete, nabo e lho francês, adicionando uma verdura, como gosto do espinafre, será a minha adição.
Apesar de ser uma dieta um bocado restritiva não é complicada de fazer, porque vamos notando logo os resultados, o que dá uma motivação extra.
Ainda preciso de perder 5Kg, e vou fazer os possíveis por conseguir, afinal já estive mais longe de alcançar o objetivo, ou seja 55 kg.
Os métodos vão continuar até conseguir.
E o mais giro é que agora invento receitas maravilhosas, rápidas, deliciosas e o melhor é que são mega saudáveis.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Será que sou só eu?

Estou absolutamente farta do meu trabalho, não consigo já raciocinar. Claro que os factos tornam-se bem deprimentes.
Facto 1: Portugal atravessa uma crise enorme que não nos permite grandes aventuras;
Facto 2: Tenho contas para pagar o que torna tudo bem complicado;
Facto 3: Tenho medo das mudanças e de arriscar no incerto;
Facto 4: Apesar de todos os factos anteriores se não mudar esta situação fico bem mais maluca.
Facto 5: Já comecei a candidatar-me a ofertas de emprego.
Facto 6: Conseguir ser chamada para uma entrevista é quase um milagre.
Facto 7: Se for chamada vou fazer os possíveis e impossíveis para mudar esta situação.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Balanço de aniversário


O dia do meu aniversário é invariavelmente um dia de balanços, regra geral faço uma cuidada introspeção na tentativa de alterar o que há para alterar no ano que se segue.
Este ano não foi diferente.
Depois de me deparar com um dia estranhamente chuvoso, ideal para a meditação, comecei a pensar nos objetivos para o futuro.
Um dos que sempre fez parte da lista foi a constante procura pela perda de peso, desta feita o objetivo cifra-se nos 11 kg, sendo que já perdi 4,4kg, claro com acompanhamento de uma nutricionista, que eu sozinha, tá queta, mais facilmente as galinhas ganhavam dentes do que eu conseguia perder 1 kg. Neste ponto faltam-me perder nada mais, nada menos do que 6,6kg. Espero em outubro já lá ter chegado. O esforço não tem sido pequeno, e por isso já sinto bem os resultados. E não é que me sinto mais bonita, mais auto – confiante, até mais segura. Nunca me senti bem com este peso excedente, sempre senti que este não era bem o meu corpo, os complexos cresceram e cresceram dentro de mim, e o que era uma mulher segura, autoconfiante passou a ser um vidrinho de cheiro no que se prende com os assuntos do corpo e sua exposição. A ver vamos onde consigo chegar.
No que se prende com os assuntos profissionais, decidi iniciar a procura cuidada de um novo emprego, sem olhar muito para trás, afinal de contas, time is money, e eu tenho perdido imenso dos dois. Para essa decisão muito contribuiu os atuais despedimentos que tenho vindo a observar. Antes que seja eu, tenho que arregaçar as mangas e procurar algo.
Há sempre algum receio, porque estou relativamente confortável, trabalho ao lado de casa, posso deslocar-me a pé, o que nesta altura da vida me faz poupar umas coroas que tanta falta me têm feito, mas a realidade é que já não me desafia, e esse é um grande problema.
No que ao coração diz respeito, tenho a dizer que já me começa a fazer falta alguém na minha vida, não um mero alguém, mas sim aquele alguém.
Há quem diga que para sermos felizes basta-nos sermos felizes connosco próprios, estar na nossa própria companhia, o que por um lado não deixa de ser uma grande verdade. Mas faz imensa falta alguém para quem compartilhar os momentos, sentirmos que se preocupam connosco e estão lá, nem que seja no silêncio.
A ver vamos o que se segue até aos balanços do próximo aniversário.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Actor


O actor acende a boca. Depois os cabelos.
Finge as suas caras nas poças interiores.
O actor pôe e tira a cabeça de búfalo.
De veado.
De rinoceronte.
Põe flores nos cornos.
Ninguém ama tão desalmadamente como o actor.
O actor acende os pés e as mãos.
Fala devagar.
Parece que se difunde aos bocados.
Bocado estrela.
Bocado janela para fora.
Outro bocado gruta para dentro.
O actor toma as coisas para deitar fogo
ao pequeno talento humano.
O actor estala como sal queimado.

O que rutila, o que arde destacadamente na noite, é o actor, com
uma voz pura monotonamente batida pela solidão universal.
O espantoso actor que tira e coloca
e retira o adjectivo da coisa, a subtileza
da forma, e precipita a verdade.
De um lado extrai a maçã com sua
divagação de maçã.
Fabrica peixes mergulhados na própria
labareda de peixes.
Porque o actor está como a maçã.
O actor é um peixe.

Sorri assim o actor contra a face de Deus.
Ornamenta Deus com simplicidades silvestres.
O actor que subtrai Deus de Deus, e
dá velocidade aos lugares aéreos.
Porque o actor é uma astronave que atravessa
a distância de Deus.
Embrulha. Desvela.
O actor diz uma palavra inaudível.
Reduz a humidade e o calor da terra
à confusão dessa palavra.
Recita o livro. Amplifica o livro.
O actor acende o livro.
Levita pelos campos como a dura água do dia.
O actor é tremendo.
Ninguém ama tão rebarbativamente como o actor.
Como a unidade do actor.

O actor é um advérbio que ramificou
de um substantivo.
E o substantivo retorna e gira,
e o actor é um adjectivo.
É um nome que provém ultimamente do Nome.
Nome que se murmura em si, e agita,
e enlouquece.
O actor é o grande Nome cheio de holofotes.
O nome que cega.
Que sangra.
Que é o sangue.
Assim o actor levanta o corpo,
enche o corpo com melodia.
Corpo que treme de melodia.
Ninguém ama tão corporalmente como o actor.
Como o corpo do actor.

Porque o talento é transformação.
O actor transforma a própria acção
da transformação.
Solidifica-se. Gaseifica-se. Complica-se.
O actor cresce no seu acto.
Faz crescer o acto.
O actor actifica-se.
É enorme o actor com sua ossada de base,
com suas tantas janelas,
as ruas -
o actor com a emotiva publicidade.
Ninguém ama tão publicamente como o actor.
Como o secreto actor.

Em estado de graça. Em compacto
estado de pureza.
O actor ama em acção de estrela.
Acção de mímica.
O actor é um tenebroso recolhimento
de onde brota a pantomina.
O actor vê aparecer a manhã sobre a cama.
Vê a cobra entre as pernas.
O actor vê fulminantemente
como é puro.
Ninguém ama o teatro essencial como o actor.
Como a essência do amor do actor.
O teatro geral.

O actor em estado geral de graça.

Herberto Hélder

terça-feira, 7 de abril de 2015

Entre agulhas


As agulhas da vida saltam e partem-se imensas vezes, picando-nos as veias, arrancando alguma racionalidade e aniquilando as certezas.
Na minha vida as agulhas vão-me picando e requebrando em demasiadas ocasiões.
Talvez, por isso, goste de viver no fio da navalha. Este fio que me norteia, me inquieta e me mostra sempre os caminhos a seguir.
Gosto especialmente do encontro com as resoluções, daquele momento em que se descortinam os desfechos e os tormentos se vão embora, deixando-nos em paz, e finalmente serenos.
Aquela fração da vida em que o tempo quase que para, para que possamos encontrar a paz, e tudo se encaixa.
As soluções aparecem onde menos se espera e quando menos se espera, e é disso que eu gosto, da surpresa, de ser apanhada desprevenida.
Ontem fui…
As certezas voltaram, os objetivos implementaram-se de novo.
Não encontrei a estrada de tijolos amarelos, mas encontrei o inicio do caminho.
As agulhas picaram-me de tal forma, que entraram e perfuraram a carne alcançando a alma e o que há para além dela. Não posso fugir de mim própria por mais que tente, essa certeza ficou, pelo menos até ao próximo embate com as agulhas.
As soluções essas vêm apenas e só quando a calma e serenidade se apoderam de nós e não há volta a dar, é e será sempre assim.

terça-feira, 31 de março de 2015

Como água quente que me cobre o corpo, assim os pensamentos invadem cada canto do meu cérebro. Entram aos trambolhões, teimam e insistem em permanecer, por mais que os expulse, com gritos e palavrões, persistem e persistem como que uma droga, altamente viciante.
A sua presença não está nos meus planos, a sua existência não está nas minhas matemáticas.
Tranco o raio das portas e elas teimam em ficar entreabertas.
As certezas que fazem parte das minhas veias, transformaram-se em tremores incertos.
Nasce em mim uma vontade incontrolável de sair, fugir, para bem longe daqui deste meu sentir, deste meu tormento.
Apanhar vento fresco no rosto, sentir os pés bem fixos na terra, em terreno firme, seguro.
Encher de novo o corpo de certezas, de respostas, de caminhos bem sólidos.
Raio de palavra, a firmeza… Procuro-a de tal forma insistente, que ela teima em me fugir por entre os caminhos que vou percorrendo.
Sou indomável, sempre fui de tal forma que os pensamentos fogem-me, levando-me para locais distantes de mim, esses onde eu queria estar agora.
Como água fria desperto para este momento incerto que me desvenda e me requebra, sem qualquer aviso prévio.
Gélida é a água que me arrefece este momento.
 
 
 

sexta-feira, 20 de março de 2015


Chegou a Primavera e com ela vem também um pequeno Sol.

O grande dia é hoje, é hoje, ai que é hoje e eu não controlo estes nervos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A minha casa Parte I

Equipar uma casa não é coisa fácil, mesmo nada fácil. Tudo é tão caro, extremamente caro. Sim, talvez os meus olhos procurem algo confortável, acolhedor, com qualidade e de preferência lindo e barato. Parece que tal não existe.

Defini os objetivos por metas, mas cada uma é muito difícil de alcançar. Simples cortinados e tapetes ficam por uma pequena fortuna. O meu dilema é render-me ao óbvio e acabar por comprar não aquilo que pretendia mas aquilo que efetivamente posso pagar. Oh mas custa tanto não colocar no meu cantinho aquilo que é a minha cara. 


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

2015 aí vou eu


Entrei em 2015 cheia de objetivos e metas a ultrapassar, consciente que vai ser um ano difícil, mas como eu não sou mulher de coisas muito fáceis sei que vai correr bem, tem de correr, ai dele que não corra.
Curiosamente os objetivos não são muito diferentes dos estipulados em 2011 (quem diria), não é um bom presságio, mas enfim bola para a frente que atrás vem gente.
Ora vamos aos grandes objetivos:
- Mobiliar a minha casinha (continuar a investir e a investir): fazer das tripas coração para deixar a minha “home sweet home” um mimo, mas custa tanto, ai se custa (no verdadeiro sentido da palavra);
- Fazer uma viagem, daquelas que nos limpam a alma e nos reinventam, sim devia ter feito uma em 2014. Só eu sei a falta que me fez não ter ido a lado nenhum. Mas o dinheiro não chega para tudo, enfim, águas passadas não movem moinhos. Este ano vou recuperar o tempo perdido;
- Mudar os meus hábitos alimentares: bem este é difícil, e desde que me conheço como ser humano que faz parte das minhas listas de objetivos, resultados muito poucos, mas tentar não custa;
- Deixar de fumar/ reduzir à fumaça: espero sinceramente conseguir desapegar-me deste péssimo hábito que apesar de me saber muito bem, me mata aos bocados;
 - Fazer exercício físico: continuar com a Zumba e quando o tempo ficar melhor iniciar caminhadas;
- Organizar melhor a minha agenda e as minhas prioridades, pessoais e profissionais, começando por dormir mais;
- Desencantar o meu príncipe encantado, sim já me começa a fazer falta, sentir que ainda tenho um coração capaz de amar alguém que não a minha família e amigos;
- Passar muito tempo com a minha sobrinha que chega em 2015.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ufa 2014 acabou, estava a ver que não




Nesta fase de balanços, concluo que 2014 no geral foi um mau ano.
Claro que como em todos os anos teve momentos bons, mau seria se assim não fosse. -- Começando logo pela compra da minha casa, “home sweet home” finalmente já tenho as chaves, e afinal, o que em anos pareceu ser uma miragem foi em 2014 que aconteceu.
Também foi em 2014 que soube que em 2015 seria tia, finalmente, vou pegar num pequeno ser sangue do meu sangue, neto dos meus pais e MINHA SOBRINHA, algo verdadeiramente inexplicável.
De resto, não há muito mais a referir de 2014, sério, mesmo muito a sério.
Resumidamente: Trabalhei como uma maluca, com projetos acrescidos que não me trouxeram nenhuma vantagem em os assumir, não viajei, não fui de férias para lado nenhum, muito pelas continhas que assumi e pelo grande sonho que alcancei que afinal sai mais caro do que eu julgava.
Foi um ano em que foi lavada muita loiça suja em relação a amigos que não o eram, que deixaram de o ser, e que ainda hoje ando a tentar entender onde é que raio eu andava com a cabeça para não entender que há pessoas que não nos merecem na vida delas.
Enfim, foi um ano de muito sacrifício, muita luta, algum sofrimento e poucos momentos de felicidade.

Como o dia do meu aniversário e a mudança dos anos para mim significam sempre momentos de viragem, espero que este seja o momento de fortes mudanças, de preferência positivas. 

First day of my life

É assim que eu fico sempre que entra um novo ano...

"This is the first day of my life.
I'm glad I didn't die before I met you.
Now I don't care, I could go anywhere with you
And I'd probably be happy".