Às vezes é preciso fugir, não dos outros mas de nós
próprios.
Sim fugir para bem longe do presente, deste momento que nos
inquieta, que nos perfura, nos magoa.
Na ânsia de encontrar chaves, que abram portas, vontades,
daquelas bem escondidas, bem enterradas em nós.
Uma vontade enorme de fechar os olhos e hibernar, durante um
longo período, descansar mais do que o corpo - a alma.
Sou uma má companhia para mim própria, nesta fase, ando
cansada deste meu sentir.
Dei tudo, esgotei-me, fui mais além de mim, dei
tanto que me esvaziei.
Preciso de me encher de novo, regressar à pesquisa, à busca, à sede de viver, à alegria do dia-a-dia.
Preciso de me encher de novo, regressar à pesquisa, à busca, à sede de viver, à alegria do dia-a-dia.
Desejo fugir da mais pequena réstia de sugadores
energéticos, sobe pena de sucumbir a este cansaço.
Quando as portas ficam entre abertas, como feridas que nunca
se fecham, tudo se inquieta, estremecendo como uma torrente de hesitações.
Às vezes é preciso silenciar o coração, acalmá-lo para
podermos voltar a viver e encontrar novos caminhos, nem sempre os do coração mas os da razão, nem sempre os da razão mas os do coração.