sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tempos


 
 
Corro atrás do tempo, como uma louca procuro um momento, uma pequena sensação, uma notícia, uma emoção que nem eu reconheço.

De tão rápida que é a corrida passo pelos momentos a uma velocidade vertiginosa. A vida foge-me por entre os dedos como água que se evapora, transformando-se em pequenos nadas.

As noites tornam-se pequenas, porque o sono tarda em chegar, cada dia é vivido na plenitude total das suas horas. Não quero dormir porque há sempre mais em que pensar, algo para ver, sentir e descobrir.

Mas os dias são sempre iguais…. a lua está sempre lá longe e o sol dá-lhe sempre espaço para poder brilhar.

As estradas trazem-nos sempre ao ponto de partida, por mais quilómetros que se façam, o regresso é sempre um reencontro. Com os nossos medos, inseguranças, desilusões, partidas e essas muitas vezes definitivas.

E aquelas frações de minutos em que somos imensamente felizes passam diretamente para o nosso arquivo das memórias, tão rápida como inesperadamente, a corrida é imediata na tentativa de regressar ao ponto de partida, ingénuos não entendemos que esses jamais regressam.

O tempo é indomável, veloz, e até matreiro pois só nos dá a oportunidade de sermos felizes no agora.