terça-feira, 19 de junho de 2012

Os astros às vezes adivinham os estados de espirito


Faça da sua vida um sonho, do sonho uma saudade, da saudade uma realidade e da realidade uma verdade (Autor desc).

Mantenha a sua capacidade de sonhar, de amar a vida intacta. Não permita que ninguém tenha o poder de destruir a sua imaginação.
Li algures, senti aqui dentro de mim...

5 Dias em Barcelona - Dia 1

Partimos do Porto, numa segunda-feira de madrugada para aproveitarmos o amanhecer de Barcelona.
Aterramos em Barcelona pela manhã e toca a procurar transportes. Percorremos as avenidas repletas de autocarros, camiões, táxis amarelos e pretos, carros, motos, bicicletas, skates, patins, com destino à Praça da Catalunha, a praça central, de lá tudo começa, tudo continua, tudo acaba, foi de lá que se iniciou a nossa descoberta.













É o ponto de união entre a parte antiga da cidade e o chamado Eixamble, marcada por dois enormes chafarizes, estátuas fascinantes, edifícios imponentes como hotéis, bancos e o sempre presente El Corte Inglês e o Hard Rock Café, centenas de pombas habitam também a praça, autocarros turísticos, centenas de táxis para a descoberta da cidade.
Rumamos em busca da “Carrer de Ferran” no Bairro Gótico, descobrindo mais e mais edifícios, lojas fascinantes e diferentes culturas, sentindo o cheiro de uma cidade que começa a acordar para um novo dia de adrenalina, de histórias – milhares delas em cada canto.
Encontrado o Hostel, largamos imediatamente as tralhas, para sairmos o mais rápido possível em direção às “Ramblas".
Descobrimos a fantástica avenida cheia de estátuas humanas, barraquinhas comercializando “recuerdos”, plantas, sumos de frutas, gelados, pintores de rua, e muitos e muitos turistas curiosos com as suas máquinas fotográficas para registarem os momentos para a eternidade.
Carregadas de alegria pelo descobrir de novos mundos, os nossos olhos beberam novidade, enchendo-se de emoção e uma entusiasmante curiosidade.



























Deparamo-nos com o “El Arc del Triomf”, e nas imediações encontramos a Praça Tetuan, onde almoçamos um “bocadillo”, o meu era de atum, e diga-se que bastante mais áspero que o que costumo comer, não voltei, por isso, a comer nada com ele por terras de Espanha.


Aí fomos agradavelmente surpreendidas por uma amiga da minha companheira de viagem, que nos levou ao topo do edifício onde habita, para uma esplendida vista panorâmica sobre a cidade, um local de paz a 19 andares do solo. Avistamos a cidade em toda a sua opulência.




Daí partimos para o “Parc de la
Ciutadella”, um maravilhoso parque, cheio de verde, tranquilidade e sons da natureza, incomuns num espaço tão agitado.












Descobrimos, ainda, o “Mare Magnum” um shopping construído sobre o mar, onde para podermos lá chegar percorremos uma ponte sobre o mar.

































Perto do porto encontramos a cada esquina estátuas e esculturas soberbas, tão características.













































































Rumamos, de novo, às Ramblas e lá deparei-me com uma cena estranha e que me deu que pensar, uma miúda que não devia ter mais do que 17 anos, mas que a droga lhe roubou a expressão, o brilho no olhar, completamente adormecida para a vida, alienada de tudo o que a rodeava e era tanta beleza, toda suja, sem sonhos, sem curiosidade, sem magia, acompanhada por um rapaz, partilhando também o seu estado de espirito, a única preocupação dele era arranjar comida nos restos que as pessoas deitavam fora, um cigarro para  algo os ressuscitar, verificando, ainda, se a companheira continuava viva acordando-a de tempos a tempos.
Cedo partimos para o Hostel, acreditando que a noite não seria a melhor altura do dia para conhecermos a cidade, pela insegurança que sentimos.
Deitei-me feliz por ter dado à minha existência a oportunidade de ver e sentir Barcelona.


Ps: Fotos gentilmente cedidas pela minha amiga.  
Cá estou de volta ao meu dia à dia, nos locais de sempre, com as pessoas de sempre, afinal sabe tão bem partir como regressar.

As viagens confortam-me, inspiram-me, acalmam-me e esta apesar de tudo não foi exceção.

Barcelona é sem dúvida uma cidade fantástica, cheia de alma, arte a transbordar por todos os poros, de todos os cantos, de todas as ruas, mexida, enérgica, repleta de gentes, gentes de todos as terras envolvidas em histórias.
Gosto de observar pessoas, pois cada uma delas tem uma envolvência enigmática, não sei porque o faço, mas julgo que ao observar os outros, encontro também um pouco mais de mim, e se há terra fantástica para beber a cultura das gentes, sem qualquer dúvida, é a cidade de Gaudí.
Não parti muito inspirada, pois algo me dizia que qualquer acontecimento me ia mudar, o meu sexto sentido sempre foi muito preciso, mas nunca imaginei que para além da descoberta de uma cidade, ia também descobrir uma nova forma de ver a vida e a minha própria existência.
Barcelona ficará para sempre como uma das cidades de descoberta de mais um bocadinho de mim, e do arrombar de muitas portas fechadas a cadeado dentro do meu coração.