Lágrimas transparentes, secas,
translucidas vertem da minha alma em cada partida, em cada despedida.
Como um ato solene gosto de
silêncios, de paz, de tranquilidade, para que a introspecção e o adeus não seja
tão doloroso.
Geralmente, quando visto a
personagem e a procuro em mim, fico extremamente nervosa, o medo de que ela não
chegue, ou que chegue tarde demais, absorve-me de tal forma, impedindo-me de serenar.
Quando a sinto vibrar dentro da carne, esqueço-me dos pensamentos da minha real pessoa, ganho a sua
agilidade, o seu respirar, a sua voz, o seu sentir, é a magia a apoderar-se de
todo o ser, algo absolutamente divino, quase surreal.
No final, bem no final da peça de
teatro, já depois dos aplausos, ambas refugiamo-nos no escuro, bem no escurinho…
para nos despedirmos, sem palavras, inundadas de uma profunda paz, é muito raro
sabermos quando será o reencontro.
A maquilhagem vai embora como a
água que desce pelo cano abaixo, dispo-lhe as roupas, as marcas, os adereços, a
voz, o cheiro, o timbre, o olhar, as expressões, até o sentir, tudo vai embora,
menos a saudade que fica em mim em cada lembrança.
Subsiste um misto de
contentamento e tristeza, todas as personagens me habitam, mas nenhuma
permanece.
Simplesmente majestoso, o real e a descrição tão autêntica....
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