Na procura desconcertante das minhas cicatrizes encontro-te
a ti.
Cada viagem pelas minhas memórias é um novo encontro com a
saudade, aquela que me emociona e me faz engendrar travessias em cada poro de
cada caixa na minha pele guardada.
A mesma que me esconde, me encobre, me reserva, me guarda e
me protege de mim própria, em arrepios indistintos.
Esta mesma pele que
tantas e tantas vezes te amou, agora sem o mesmo brilho sem a mesma juventude,
sem a mesma veracidade.
Cada caixa contém um pouco de mim, de ti de nós… amordaçada com
uma enorme fita de cobre, entrelaçada com rubro cetim, inquebrável, intransponível,
inimitável…
Memórias de um presente há muito vivido, e jamais repetido,
de um tempo onde tudo eram caixas vazias, ansiosas de histórias, inconscientes
da importância de cada experiência no percurso de um vida – insensatas.
As caixas foram-se enchendo, restando pouco espaço para
novas histórias, novos sentimentos, novas verdades, novos amores.
Cada cicatriz encontra uma memória turba da tua imagem em
mim, desconhecendo o atual reflexo. Guardo em mim o aperto no coração que o teu
sorriso sempre me provocou.
Na minha leitura de mais um texto da Camila, imagine-se, não sei se imaginação ou associação levou-me ao nosso celebre Camões....
ResponderEliminar“É um não querer mais que bem querer"
Gosto particularmente como se expressa transmitindo verdade e convicção nas suas palavras.
Gostaria também de ver mais publicações ;)
Fico ansiosamente aguardar...
Foi bom teres conhecido um amor assim, tão desconcertante como apaixonante. Um amor que te deixou marcas inapagáveis, memórias insubstituíveis e um doce sabor amargo a saudade... Um amor cheio de sentimentos antagónicos, de loucuras conscientes, que definiu a tua alma para sempre. Apesar de tudo ter terminado e os caminhos terem seguido por destinos opostos, foi bom teres perdido alguma vez todos os teus sentidos nos braços de tamanho sentimento.
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