Ora cá estou eu a escrever sobre aquele dia repleto de
corações, flores, mel e mais mel – o dia de São Valentim.
Dia que não gosto especialmente, uns pensarão que é por não
ter um Romeu, logo não terei com quem partilhar os momentos mel, mel…mas não,
enganam-se, é que mesmo quando tinha o potinho de mel, não gostava do dia ---e
porquê?
Pois muito bem, acho um dia exageradamente artificial,
dizem-se dedicatórias, porque têm que se dizer, mandam-se flores porque fica
mal não se mandar, e caso haja esquecimento corre-se o grande risco de ter uma valente
discussão com as companheiras, algo que os homens detestam. Muitos compram os
ramos mas nem sequer sabem que flores são, muitos até se esquecem de escrever o
cartão – como já me aconteceu, o que para mim foi uma calamidade, pois dava bem
mais importância à mensagem do que às flores que rapidamente murcham e lá vão
para o lixo, não ficando nada…aliás como as relações que tive.
Outros compram as
prendinhas para eles, como a oferta de lingeries, todas sexys, cheias de
folhinhos e transparências e tal, em tamanhos imaginários para as namoradas (potinhos)
elas coitadas como não querem dizer que as peças só servem para um quarto do
corpo, lá as guardam nas gavetas bem escondidas na esperança de um dia lá
conseguirem entrar nelas, isso também já me aconteceu, sendo que as peças ainda
estão novinhas.
As empresas, tão românticas e queridas, sobem os preços nos
produtos da época para ajudarem na decisão de compra dos casalinhos.
As pastelarias enchem-se de
bolos repletos de corações, chantili e morangos..
Os restaurantes ficam à pinha de casais enamorados, coisa
que detesto, pois não acho especialmente agradável estar num local, num dia, em
que obrigatoriamente tem de se estar feliz, profundamente apaixonado no meio de
mil apaixonados, em conversas de açúcar, onde a concorrência para “comer” é
enorme, onde para lá chegar tem de se correr meio mundo à procura de
estacionamento, onde no final se paga uma conta gira, porque veio o champagne,
os morangos e o camarão… sou eu que não estou bem, ou é muito mais giro fazer
isso noutro dia, com menos gente possível a fazer o mesmo, qual linha de
montagem em série.
Já para não falar em que é uma noite em que a maioria dos
casalinhos tem de picar o ponto em questões sexuais, “Por favor, é o dia dos
namorados…”, só isso já me faz detestar a coisa, pela obrigatoriedade imposta.
Gosto das coisas inesperadas, surpreendentes, e no dia de
São Valentim já se espera tudo, logo perde toda a piada a priori.
Sempre tive este pensamento com ou sem namorado, acho o dia
uma valente seca, tocando um pouco o piroso, claro que sempre comprei a minha
prendinha, acompanhado do jantarinho etc, etc, sempre pensando que estava a
“picar o ponto”.
Hoje com o distanciamento necessário penso que no futuro e
“quando acontecer” vou fazer diferente de toda a gente, surpreender nos outros
364 dias e vivê-los intensamente, ficando a descansar exatamente no dia de S.
Valentim, tornando-me exatamente o oposto de todos os outros casalinhos –
sempre gostei de ser do contra.
Mas será que sou só eu a pensar assim.
Não és só tu, não! Estou completamente de acordo com as tuas opiniões... Está quase tudo neste texto!
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