Todos os anos me queixo do mesmo: Impostos.
Todos os anos sou vítima de roubos das mais variadas formas
e feitios, com a agravante de não poder fazer a denúncia à polícia, dado que os
assaltantes são o próprio governo.
Por grande infelicidade da vida fui obrigada a trabalhar a
recibos verdes, isto porque quero ter trabalho. Ora neste país à beira mar
plantado, inventaram um sistema tão corrupto como os políticos que lhes ditam
as leis, os patrões acharam a ideia absolutamente fantástica. Prescindem dos
contratos, que os obrigaria a pagar direitos aos trabalhadores (ainda que
poucos), subsídios de Natal e de férias, já para não falar nos de refeição.
Contudo, as obrigações essas são as mesmas de um qualquer
contratado, sim desde as picagens, posto de trabalho e horas extra, mas os
pagamentos dessas horas são para esquecer, segundo eles: os patrões “queres ter
trabalho, é assim, caso contrário vai-te embora”, mais palavra bonita, menos
palavra a mensagem é essa.
Como bom Zé povinho que sou tenho de calar e fazer, caso
contrário aplica-se a velha frase: quem está mal que se mude. Boa frase essa,
mas mudar para onde, como ???
O que devo mais fazer? Se fui estudar, fui, se continuo a
tentar melhor as minhas capacidades técnicas, teóricas, sociais, humanas a
resposta é afirmativa, paguei as minhas propinas e paguei sempre os meus impostos,
deveres enquanto cidadã. Se dou o meu melhor em cada dia, sempre, tentando
superar em termos de resistência física e emocional sempre. Se travo uma luta
diária comigo entre a ética, lógica e obrigação sempre. Se visto a camisola da
entidade para quem trabalho é uma realidade, ainda que por vezes ela seja
demasiado apertada e quase me asfixie. Se procuro acreditar que o amanhã será
melhor é uma certeza, mas o amanhã nunca chega.
Tudo isto para quê? Só tenho obrigações, direitos não tenho
nenhum. Contribuo em todas as vertentes para este pais e o que é que ele me dá?
Revolta e desânimo. Como posso acreditar no futuro se nem no presente eu acredito.
A escumalha dos patrões e políticos roubam a massa
trabalhadora de uma forma atroz, vivem à custa do suor e sacrifício dos que efetivamente
trabalham, alarves.
Reviro e revolto o cérebro à procura de uma saída que me
torne mais sustentável e viável financeiramente, pergunto-me se não deveria
abrir uma empresa minha, em que eu fosse a decisora, ou então emigrar, fugir
deste país de ladrões que não merece ter uma massa trabalhadora como a que tem:
que se desdobra em 1000 funções, que dá o litro, que veste muitos papéis.
O melhor mesmo é trabalhar ao negro ou então viver do RSI,
ao menos roubamos os outros e impedimos que nos roubem a nós.
Subscrevo na integra...
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