Posso, até contar pelos dedos de uma mão, as vezes que te vi ao vivo e a
cores, na tua magnitude, e ao mesmo tempo com uma simplicidade majestosa.
É esse teu elixir que me encanta, julgo eu, na verdade não sei bem o que
me atrai em ti, mexes comigo e pronto. È este enigma que faz de nós seres
humanos, uma espécie estranha.
Mal te conheço, posso até mesmo afirmar que não te conheço de todo, e no
entanto, não me sais do pensamento.
Apareceste-me tão inesperadamente, que nem te apercebeste da tua força no
meu ser.
Vieste despertar em mim uma sede de vida, que não me recordava que
poderia existir. Colocava até a hipótese de tal facto já não ser possível de
todo, e tu vieste-me provar o contrário.
Apareceste, desapareceste, mesmo sem teres aparecido, voltaste a aparecer
e da forma mais encantadora, como só os cavalheiros sabem fazer. E eis que
quando menos esperava voltaste a desaparecer, tão subitamente, tão
repentinamente, de uma forma tão inesperada que quase me quebrou.
É essa forma de estar, de viver, de sentir, tão indecifrável, que me
inquieta.
Por onde tens andado?
O que tens visto?
O que tens sonhado?
Onde estás tu agora?
Perco-me ao procurar-te, desvio as atenções das minhas prioridades, dos
meus objetivos, daquilo que me faz ser quem sou, e para quê? Apenas para te
procurar a ti, que mesmo procurando e procurando nunca te encontro.