O dia do meu aniversário é invariavelmente um dia de
balanços, regra geral faço uma cuidada introspeção na tentativa de alterar o
que há para alterar no ano que se segue.
Este ano não foi diferente.
Depois de me deparar com um dia estranhamente chuvoso, ideal
para a meditação, comecei a pensar nos objetivos para o futuro.
Um dos que sempre fez parte da lista foi a constante procura
pela perda de peso, desta feita o objetivo cifra-se nos 11 kg, sendo que já
perdi 4,4kg, claro com acompanhamento de uma nutricionista, que eu sozinha, tá
queta, mais facilmente as galinhas ganhavam dentes do que eu conseguia perder 1
kg. Neste ponto faltam-me perder nada mais, nada menos do que 6,6kg. Espero em
outubro já lá ter chegado. O esforço não tem sido pequeno, e por isso já sinto
bem os resultados. E não é que me sinto mais bonita, mais auto – confiante, até
mais segura. Nunca me senti bem com este peso excedente, sempre senti que este
não era bem o meu corpo, os complexos cresceram e cresceram dentro de mim, e o
que era uma mulher segura, autoconfiante passou a ser um vidrinho de cheiro no
que se prende com os assuntos do corpo e sua exposição. A ver vamos onde
consigo chegar.
No que se prende com os assuntos profissionais, decidi
iniciar a procura cuidada de um novo emprego, sem olhar muito para trás, afinal
de contas, time is money, e eu tenho perdido imenso dos dois. Para essa decisão
muito contribuiu os atuais despedimentos que tenho vindo a observar. Antes que
seja eu, tenho que arregaçar as mangas e procurar algo.
Há sempre algum receio, porque estou relativamente confortável,
trabalho ao lado de casa, posso deslocar-me a pé, o que nesta altura da vida me
faz poupar umas coroas que tanta falta me têm feito, mas a realidade é que já
não me desafia, e esse é um grande problema.
No que ao coração diz respeito, tenho a dizer que já me
começa a fazer falta alguém na minha vida, não um mero alguém, mas sim aquele
alguém.
Há quem diga que para sermos felizes basta-nos sermos felizes
connosco próprios, estar na nossa própria companhia, o que por um lado não
deixa de ser uma grande verdade. Mas faz imensa falta alguém para quem
compartilhar os momentos, sentirmos que se preocupam connosco e estão lá, nem
que seja no silêncio.
A ver vamos o que se segue até aos balanços do próximo
aniversário.