segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Oh tu que me irritas


 Irritas-me tanto, tu…

Especialmente porque fechaste um livro sem te dares ao trabalho de percorreres as suas folhas, leres as suas frases e poderes saborear o prazer da felicidade.

És parecido comigo, sei-o sem mesmo te conhecer, estranho isto não??? Poderá ser a vontade profunda que o sejas, sem que o sejas de verdade?

Sinto-te, na tua solidão, nessa tua imensidão enterrada na solidão dessa tua vida de contemplação.

Sinto-te nessas tuas observações exageradas da vida real.

Sinto-te nessas tuas incertezas.

Sinto-te nesses teus medos.

Sinto-te nessas tuas indecisões que te impedem de agarrar a vida.

Sinto-te as dores, porque são também elas as minhas dores, sei-o sem nunca me teres falado nelas.

A minha sede de te abraçar não consegue derrubar a barreira do medo de te olhar.

Foram já tantos anos sem este sentimento, que não sei como o guardar em mim, sem que ele me sufoque.

Algo me atraí a ti, como um íman, uma qualquer espécie de feitiço que não consigo decifrar.

És parecido comigo, sei-o sem mesmo te conhecer….

Como uma alquimia qualquer trago-te em mim, guardado como uma recordação de algo que nunca existiu.
Que força é esta que me impele a ti?
 
 

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