Tínhamos 3 linhas para descobrir e apenas um dia de bilhete.
Iniciamos a nossa viagem na linha azul e lá fomos passando pelos emblemáticos monumentos.
A nossa primeira saída foi no “Parque Guell”, eu já não aguentava a curiosidade
de o poder sentir ao vivo e a cores.
Mal o avistei comecei a ficar extasiada, é de facto singular,
de uma criatividade só possível aos olhos de Gaudi, cheio de cores, pequenos
azulejos, dragões, formas, e cantinhos arredondados escondidos em todo o
parque. Tal como a maioria da obra deste genial arquiteto também este Parque
foi considerado uma aberração na época da sua construção, e pergunto eu “como é
possível alguém neste planeta não ficar admirado com a beleza incomparável
daquele parque?”, mas enfim foram outros tempos. Por aqueles recantos fui sendo dominada pelo som de uma viola,
tocada por um excelente músico, aí fiquei um bom bocado inebriada por toda aquela
paz e beleza que me ocupava todos os sentidos.
Visitei a casa museu de Gaudi, no meio do parque, o senhor
soube escolher, pois era um local fabuloso para a criação, onde é possível observar a
cidade em vários ângulos. Não pude deixar de ficar admirada pelo tamanho da sua
cama, extremamente pequena, colocada ao lado das camas atuais, ui é de fugir
agora não caberia lá nem uma perna quanto mais o corpo todo. Reparei, ainda,
nos armários completamente diferentes, com as suas formas arredondas em
madeira, onde guardava os seus esboços, não fazia ideia que aquilo pudesse ser
criado. O local de reza dele ao pé da cama também foi interessante, talvez ele
tenha sido protegido, para deixar-nos o que deixou…
A imagem do parque, da sua beleza arquitetónica e natural,
os sons dos vários músicos que por lá andavam, não me saem da cabeça, e sei que
principalmente os meus olhos e ouvidos me agradecem por tê-los levado lá.
Voltamos a entrar no autocarro e a paragem seguinte foi no “Parque
de La Tamarita”, bem e devo dizer, que depois de visitar o Parque Guell nunca
se deve ir ao Tamarita, pois é muito mais simples, menos criativo e é ver o
mesmo que existe em todas as cidades do mundo, por isso, rapidamente voltamos a
apanhar o autocarro.
Passamos por Sarriá, pelo Estádio do Barcelona, e mil e um
edifícios lindos, mas não saímos para conhecer, almoçamos para trocarmos de
linha, desta vez para a vermelha, com destino à Praça de Espanha.
Vimos a Estação de Sants, a Creu Coberta e lá saímos nós, a
pé subimos ao Museu Nacional de Arte da Catalunha, passando pelas suas fontes e
estátuas, que dão uma envolvência muito especial ao local.
Por lá vivemos uma experiência no mínimo assustadora, enquanto tirávamos fotos, o saco da minha colega desapareceu, um belo larápio (muito, muito, muito comum em Barcelona) fugiu com ele, a sorte foi que consegui encontrá-lo e a minha amiga apanhá-lo, caso contrário ia correr bem mal. Enfim, um pequeno grande susto que não teve a capacidade de nos roubar o deslumbramento pelo local. Lá continuámos em direção ao Centro Comercial “Arenas”, uma antiga praça de touros que foi tapada e transformada em shopping, com uma vista panorâmica sobre toda a zona, possibilitando-nos a observação do parque” Joan Miró”.
Mas muito havia, ainda, por descobrir, voltamos ao autocarro
e subimos em direção ao “Poble Espanyol” e a “Anella Olímpica”- a nossa próxima
paragem. Encontramos um local de paz, e sossego, pouquíssimos turistas
vislumbravam tal quietude, o que para mim foi duplamente bom.
Por esta altura levantou-se uma tempestade de vento, também
muito características de Barcelona, aos fins de tarde, que me arrepiou toda, e
secou as minhas lentes, mas mesmo assim não desisti (antes ver mal do que não
ver de todo).
Passamos pelo Teleférico de Montjuic (mas só se andasse
maluca é que lá entrava com a tempestade que estava), pela Fundação Joan Miró, World
Trade Center (não fazia ideia que existisse em Barcelona), Praça de Colom,
Museu Maritim, e Museu da História da Catalunha, em plena Barceloneta - a praia
da cidade. Trocamos de linha em plena tempestade, desta feita para a verde, e ainda
bem que foi a última porque foi a mais desinteressante, ou então o motorista
aldrabou-nos porque já estávamos no final do dia e no meio de um vento
horrível, só sei que passamos pelo Poblenou e Porto Olímpico, praticamente não
há registos fotográficos sequer, da minha parte pelos motivos que mais tarde vos
explicarei , talvez um dia volte a visitá-la e a entender o que se passou.
Voltamos para a linha vermelha, pois tínhamos como objetivo
regressar à Praça de Espanha, para podermos observar o espetáculo das fontes,
mas tivemos azar, pois tratam-se de performances que só acontecem ao fim de
semana.
Decidimos jantar pelo Arenas e a escolha não podia ter sido
melhor, fomos a um restaurante Japonês, para desanuviar um bocadinho, o chá que
bebi (cá para mim) foi obra dos Deuses, que teve a capacidade de nos relaxar depois
de um dia de muita caminhada.
Regressamos a pé para a “Carrer de Ferran”, pela Gran Via, em conversas alegres, acompanhadas pela luzes de Barcelona, nem sentimos o cansaço físico, pois o dia foi repleto de boas energias, apesar da tentativa de assalto, tudo correu bem.
PS: Fotos gentilmente cedidas pela minha companheira de viagem.
Regressamos a pé para a “Carrer de Ferran”, pela Gran Via, em conversas alegres, acompanhadas pela luzes de Barcelona, nem sentimos o cansaço físico, pois o dia foi repleto de boas energias, apesar da tentativa de assalto, tudo correu bem.
PS: Fotos gentilmente cedidas pela minha companheira de viagem.
Estou a beber as tuas palavras! A descrição pormenorizada que fazes, por um lado, faz-me reviver e, por outro, dá-me uma vontade enorme de viajar!!!!!
ResponderEliminarAté a mim me dá vontade de conhecer outras cidades e até regressar a Barcelona, para conhecer outras coisas.
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